Buzinadas e campainhas
Eu já vi — e você também já deve ter visto — o adesivo acima pregado em algum automóvel: sua buzina não me helicopteriza!
Pois é, buzinar não faz o carro da frente sumir ou o trânsito, de repente, não mais do que de repente, abrir-se feito um zíper!
Ah, o motorista do veículo na sua frente não percebeu que o sinal abriu? Um leve toque na buzina já serve pra alertar, mais do que isso é irritação e provocação desnecessária, coisa de corno que precisa avisar que está chegando em casa e, assim, dar tempo para que o amante possa fugir!
E tocar a campainha excessivamente então? Recomendo, para a saúde da visita, que se aperte apenas uma vez e aguarde, pois, mais do que isso — falo pessoalmente —, quem tocou vai ter a pessoa mais mau humorada do mundo atendendo à porta, além de mais lenta, pois à medida que a campainha vai sendo tocada eu vou diminuindo minha velocidade, andando com passos curtos e silenciosos…
Já ouvi dizerem:
— Toquei mais porque não ouvi a campainha!
Ao que sempre respondo:
— É que a campainha é para ser ouvida lá dentro de casa, se fosse pra ouvir aqui eu instalaria ela aqui fora! — finalizo apontando para a lateral do botão recém apertado intensivamente!
E o pior de tudo: sempre que se ouve a campainha, é um — ou, pasme, até mais de um — humano…
E humano é o pior tipo de gente que existe!
Em tempo: o vocábulo “helicopteriza” é um neologismo, ou seja: emprego de palavra nova, derivada ou formada de outra já existente (podendo ser na mesma língua ou não) e, obviamente, não há dúvidas de seu significado!