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Cansado, de Sonetos que valem a pena

Cansado

Ainda estou vivo depois de tudo,
Apesar de toda a perversidade
Que tive com que lutar, na verdade
Tenho ficado ainda mais agudo!

Acabaram os ases e azares,
Embora seja apenas uma réstia
De quem já sofreu com uma moléstia
De uma noite de sonhos miseráveis;

Sinto o contraste do corpo febril
Com uma manhã turva, fria, cabril,
Que me deixou profunda cicatriz…

Agora só me resta ter coragem
De enfrentar o frio em alta dosagem
Sem a minha força locomotriz!

Ases: do verbo asar, que significa pôr asas, que pode voar.
Réstia: feixe de luz que passa através de um orifício, significando pouca luz ou, em sentido figurado, pouca esperança.
Turva: quase opaco, mas também condição de quem sofre com algum distúrbio, perturbação ou, ainda, estado de exaltação, irritabilidade ou inquietude.
Cabril: agreste ou hostil.

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