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Xadrez — Aula 1: Um pouco de história

História e lenda

Existem muitas lendas e histórias sobre a origem do xadrez. Alguns pesquisadores apontam sua origem para a Índia, 3000 anos antes da era cristã. Já outros têm atribuído aos egípcios, enquanto alguns apontam a criação do xadrez para o grego Palamedes, durante o ciclo de Tróia. No entanto há quem atribua a responsabilidade aos chineses, aos japoneses e a outros povos antigos.
Diversos jogos semelhantes ao xadrez, mas não idênticos, existem há muito tempo na China, Birmânia e Japão.
Surgiram indícios de ancestrais do xadrez moderno no Egito antigo, quando foram encontradas pinturas em câmaras mortuárias egípcias de duas pessoas sentadas à mesa com peças em relevo. Já na Índia, existe um jogo que também é considerado antecessor do xadrez, conhecido por Chaturanga, porém o registro histórico mais antigo de peças de xadrez como as conhecemos hoje data de 900 d.C. (Guinness Book, 1995).
Alguns historiadores acreditam que o xadrez nasceu, na verdade, na Índia, inventado por Sissa, que era um brâmane ou filósofo indiano da corte do Rajá Kaíde. Com poucos registros para sustentarem essa civilização como a criadora do xadrez, os livros trazem a história como uma lenda.
A história conta que o Rajá Kaíde pediu que os sábios de sua corte criassem um jogo capaz de desenvolver os valores da prudência, inteligência, visão e conhecimento, opondo-se nesse sentido ao ensinamento do Nard (atual gamão), no qual o resultado final é decidido pela sorte nos dados e não pela destreza e senso estratégico dos jogadores.
Então Sissa, um dos filósofos da corte, apresentou ao Rajá um tabuleiro quadriculado com casas alternadas claras e escuras, com peças que representavam os quatro elementos do exército indiano: carros, cavalos, elefantes e soldados a pé, comandados pelo Rajá e seu vizir. Sissa explicou que escolhera a guerra como modelo porque entendia ser a escola mais eficiente para se aprender os valores da decisão, do vigor, da persistência, da ponderação e da coragem.
O Rajá, encantado com o jogo, ordenou que a sua prática fosse preservada nos templos, pois considerou seus princípios como o fundamento de toda a justiça e acreditou ser o melhor treinamento da arte da guerra. Ele então ofereceu ao sábio uma recompensa e, portanto, poderia fazer um pedido do que desejasse, mas Sissa pediu sua recompensa em grãos de milho, da seguinte forma: pela primeira casa do tabuleiro receberia um grão, pela segunda receberia dois, pela terceira, quatro grãos, pela quarta, oito, e assim por diante, em progressão geométrica, até a sexagésima quarta casa (o tabuleiro tem 64 casas). O Rajá não entendeu porque Sissa havia escolhido uma recompensa tão humilde, quando poderia pedir o próprio reino para ele.
O Rajá, então, ordenou que fosse trazido o milho para o sábio, só que o que parecia um pedido bastante humilde mostrou-se impossível de ser atendido mesmo antes de se chegar à trigésima casa, quando os matemáticos do reino calcularam que nem todo o milho da Índia bastaria para pagar a recompensa.
Preocupado, o Rajá procurou Sissa, que disse, sorrindo, que já sabia que não seria possível atender ao seu pedido, porque a quantidade de milho exigida seria o equivalente a 18.446.744.073.709.551.615 grãos de milho!
O tesoureiro da coroa achou que seria preciso ter 16.384 cidades, cada uma com 1.024 celeiros de 174.762 medidas cada um, com cada medida contendo 32.768 grãos. Segundo a Enciclopédia Espasa, para obter a recompensa do sábio seria preciso semear 76 vezes todos os continentes da Terra!

Esporte intelectual

O xadrez é, como todo esporte, uma mistura de jogo, arte e ciência.
Como o futebol ou o basquete, o xadrez é um jogo, pois existe disputa e também serve de passatempo.
Todos são também formas de arte, pois produzem beleza e criações artísticas; quem já viu um drible de Garrincha ou uma jogada de Pelé? Para os mais novos, temos Vinícius Junior e Rodrygo… No basquete, quem nunca viu Magic Johnson, Michael Jordan e Oscar? Ou ainda Paula e Hortência? Hoje em dia ainda temos Luka Doncic, LeBron James ou Kyrie Irving…
Como todos respondem a regras, a leis e a situações, o futebol, o basquete e o xadrez levam à pesquisa e ao estudo, que resultam em conceitos técnicos e táticos, dando aos jogadores um maior domínio do jogo, e dessa forma também é uma ciência.
Como os outros são esportes físicos: o corpo e suas capacidades são necessárias para um maior desenvolvimento do atleta. Logo, o xadrez dignifica-se como único esporte intelectual: nele, o atleta se desenvolve com o treinamento mental, deixando-o sempre em forma.
No entanto é importante frisar que corpo e mente sãos são imprescindíveis para um bom rendimento em um esporte, quer ele seja físico, quer seja mental!

Definição e objetivo

O xadrez é jogado por dois jogadores, sobre um tabuleiro de 64 casas alternadamente claras e escuras. Cada jogador possui 16 peças, sendo brancas para um e pretas para outro (embora as cores possam apenas ser umas claras e outras escuras são chamadas de brancas e pretas).
O objetivo supremo é dar mate ao rei adversário, ou seja, deixá-lo sem escapatória. Assim, quem dá xeque mate ganha a partida e quando o mate não é possível, a partida está empatada.

Por enquanto é só… Na próxima trataremos do tabuleiro e das peças, até lá!

Quer saber como aprendi xadrez? Então leia aqui!

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2 thoughts on “Xadrez — Aula 1: Um pouco de história

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